31 de ago. de 2014

De volta a Brasília

A vida corre de uma forma inesperada, nem sempre sabemos explicar o porquê. 
Meu sonho sempre foi morar numa cidade que não fosse Brasília. Uma cidade calma. Sem engarrafamentos. Sem essa loucura estressante que se tornou essa capital.
Surgiu então a oportunidade de ir morar na cidade Santa Cruz do Sul, próximo de Porto Alegre. Imagina que levei minha mudança em dezembro de 2013, passei seis meses para deixar tudo organizado. E em junho fui chamada para ir a Brasília para ajudar mãe na cooperativa dela. Fui para ficar dez dias e acabei ficando dois meses. 
Pela primeira vez depois que sai de casa aos 21 anos eu fui para a casa da mãe sem me preocupar com nada. Fui apenas querendo ajudá-la. Nesses 20 anos devo ter dormido na casa dela umas 3 vezes ou 5 no máximo, não lembro bem. Sei apenas que dessa vez puder ver o tanto que ela está precisando de mim. E resolvi voltar para Brasília para dar continuidade num projeto que ela realizava o qual ajudava pessoas carentes e que está desativado fazem cinco anos. Nesses dois meses pude olhar para a cidade de uma forma diferente. Consegui enxergar coisas que eu não via. Consegui aproveitar amigos que eu não tinha tempo de aproveitar. Conhecer pessoas novas. Muitas vezes estamos como peixinhos dentro de um aquário, não percebemos um mundo inteiro à nossa volta. 
Resolvi ir a Santa Cruz por uns dias para arrumar tudo, e mandar minha mudança de volta para Brasília. Deixei meus filhos em Brasília. Como iria ficar uns dias longe da minha filhinha eu peguei um papel e numerei de um a quinze e falei para ela que fosse todos os dias riscando um número para ela saber o quantos dias que faltavam para eu voltar. E assim ela fez. Sempre que falava com ela me dizia quantos dias faltavam. Para mim esses dias não passavam. E para ela também não. Passar uns dias naquela cidade, sem meus filhos me deu a certeza que ali não era meu lugar. Meu lugar é onde eles estejam. Simples assim. Eu tive que sair para entender onde é meu verdadeiro lugar. E junto com todos esses acontecimentos entender a essência da minha vida. Fiz novos amigos, lá e aqui. Cada pessoa que passa pela nossa vida tem uma importância. Tem também algumas pessoas que tem como único significado dificultar as coisas para que você perceba que é forte e não precisa dos outros para se ancorar. Foi assim comigo. Tive que sair da minha zona de conforto. 
Saia também! Procure novos ares. Novas culturas. No início será difícil. E talvez depois descubra que o melhor lugar é onde esteve o tempo todo. Mas se não tentar como vai saber?
Talvez você sofra, mas vai entender que o sofrimento é necessário para saber que deve ser feliz hoje e onde quer que esteja.
Quando cheguei recebi aquele abraço e beijo da minha filhinha me dizendo: "Você é melhor mãe do mundo".
E percebi que era com eles que eu deveria estar... O local não interessava... Estarei onde for preciso estar para ser útil e para produzir. Estando com minha filha Anna Flávia e com meu filho Pablo qualquer lugar é o melhor lugar do mundo e ainda mais  minha mãe do lado melhor ainda. Aproveitarei isso enquanto for possível. Agora mais uns meses para colocar tudo em ordem...
Essa é a vida. Bem-vinda de volta a minha vida Brasília.

\o/

Well Mah

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